Portas se abrem sem um "por favor" no vento, e o silêncio dói.
Entram sem pedir, sem sequer perceber
Que existe uma linha invisível de respeito
Que se perdeu, como um eco desfeito
Não há “bom dia”, nem “boa tarde”
E o silêncio é o único amigo que lhes cabe
O “obrigado” se perdeu no vento
E a educação se foi, como um pensamento
Eles chegam como donos de tudo
Invadem o espaço, sem nenhum cuidado
Com pressa de entrar e mais pressa de sair
Sem um gesto, um olhar, sem se permitir
Ver o que deixaram atrás...
A indiferença que cortam como um punhal
Como se o outro fosse só um detalhe
Na jornada apressada de quem só se vale
Do que pode usar, sem mais preocupação.
Eles não pedem licença, nem respeitam
O espaço de quem ainda sabe o que é
Um ”por favor,”, um “desculpe”, um “obrigado”
A porta aberta é o único convite aceito
Mas a cortesia, essa, já foi esquecida
Passam por cima, atropelam
Sem olhar, sem sentir, sem se importar
Nem um vestígio de consideração
Apenas os rastros da pressa e da solidão.
E quando se vão, não deixam mais nada
A porta que se fecha é o único som
Que resta, ecoando pela casa vazia
Enquanto o vazio cresce como uma rotina fria
O respeito foi-se, diluído no tempo
E com ele, o entendimento de um simples gesto
Que, para entrar e sair existe uma regra
Que o outro também tem uma alma que pede
Apenas um pouco de humanidade, de luz.
Eles seguem, sem olhar para trás
Indiferentes ao que deixam ao que fazem
Atravessam a vida como sombras rápidas
Sem um “até logo”, sem um “muito obrigado”
E o mundo, aos poucos, se torna mais gelado
Onde as portas abrem e fecham sem coração
E a gentileza desaparece, se torna ilusão
Eles vão embora, e tudo se esvai
Mas nada muda. Eles continuam a andar
Sem notar que o mundo, pouco a pouco
Se desfaz quando a educação se vai.
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