01 outubro 2024

A Panela De Pipoca Da Vida


Eu vivo me perguntando, em silêncio profundo,
Por que o ser humano, em sua sede insaciável,
tira o tapete da vida do outro,
Como quem deseja apenas ver a queda?

Na panela aquecida, os milhos dançam,
alguns se estouram em risos, outros em dor,
a maioria brilha, explode em festa, mas
a minoria, qual sombra, faz da vida um tormento.

Estão sempre ali, imóveis, a espreitar,
esperando o momento de soltar seu veneno,
suas cascas duras, insensíveis ao calor,
enquanto os outros se entregam ao destino.

Por que essa luta, essa voracidade,
de querer puxar a base que sustenta o outro?
Em meio a estalos e saltos,
perdemos a essência do que é ser humano.

Ao olhar a panela, pondero e me perco,
as pipocas ao meu redor são fragmentos,
e no fundo, é um espelho da sociedade,
onde uns brilham e outros apenas sobrevivem.

Mas ainda assim, há esperança na fervura,
que o amor seja o fogo que transforma,
fazendo cada milho, cada coração,
estourar em união, em harmonia e luz.

2 comentários:

  1. Olá, Lucia.
    Teu poema tem uma temática que urge em nossos tempos. A nós resta fazer o que nos cabe e ter esperanças que um dia tudo será melhor.

    abraços.

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  2. Não há necessidade de pisar nos outros. Muito menos alguém se achar melhor que qualquer outra pessoa. Às vezes esta obsessão de querer ser melhor que os outros responde à falta de autoestima e segurança e isso mostra um colapso generalizado, porque, na realidade, quem pisa e “puxa o tapete” dos outros, entra numa situação patológica de inveja. Esta pessoa invejosa, precisa ser a outra pessoa, ter a vida do outro, colher as maçãs que o outro é, enquanto ele (o invejoso), nada mais é do que uma árvore com raízes mortas.
    Como diz um dos meus aforismos, amiga Lúcia:

    “Não se deixe abalar, apoie-se nas tuas melhores emoções. A vida não deve ser vista de lado, mas sim, de frente, encarando os olhos da fera!”

    Um beijo e que a suavidade volte aos teus dias.

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