Caminho por entre ruas cheia de pessoas, olhando, mas não vendo, o chão que pisam.
É como uma espécie de ritual, uma peregrinação que termina, quase sempre, em algum lugar.
Gestos cruzam-se, perdem-se, parecem almas desencontradas. Sento-me em qualquer lugar. Pego uma folha de papel e mais uma vez me deixo guiar pelo pensamento. É uma maneira de desabafar ou mesmo escrever segredos. Uma espécie de jogo, onde a tinta escorre e as palavras acenam.
Por algum instante levanto os meus olhos e dou de encontro a um vulto familiar que passa apressado, olhando, distraidamente, nem se dando conta de que eu estava ali sentada.
Eis aí a inspiração para as palavras fluírem. Bastou ver passar aquele perfil delineado pela lembrança, para a folha de papel se encher de uma invisível presença, de marcas que ficaram para sempre mudas pelo fascínio do que nunca chegou a ser, e até mesmo de um sorriso que não se pode penetrar, seduzido pela percepção daquela sombra. Assim nasce a mensagem nostálgica, que teima em andar por uma rua qualquer e uma vaga recordação de qualquer vulto familiar.
Tenho momentos assim...
Amiga Lúcia,
ResponderExcluirNa vida existe o Déjà-vu, aquela sensação de que ali sabemos tudo, de que já estivemos naquele lugar. Mas, na vida também existe a percepção de passarmos por lugares cheios de gente e sentirmos uma triste impressão de não estarmos ali.
Bela escrita, minha querida amiga.
Beijos e que tu tenhas momentos assim... SUAVES!!!
Olá caro Douglas.
ExcluirExistem pessoas que acham que sabem tudo, e tudo não sabem.
Não me refiro a isso.
Existe Déjà-vu, já senti muitos deles.
Existe a percepção de saber que pessoas nos deixam invisíveis, por conta de um motivo qualquer, não importa.
Creia, sozinhos nunca estamos, ainda que para alguns lhes pareça.
Minha gratidão pela visita e comentário nobre amigo, jornalista, filósofo, Douglas.
Tenha uma excelente semana, que seja suave e abençoada por Deus.
Beijo!
A inspiração pode surgir de qualquer coisa que observemos. Mas ver muitas pessoas a passar acaba por evidenciar uma ou outra em que a inspiração que nos transmite é muito maior.
ResponderExcluirMagnífica crónica, gostei de ler.
Boa semana querida amiga Lúcia.
Beijo!
Sim, caro Jaime.
ExcluirA inspiração pode vir até de uma pena caindo diante dos seus olhos.
A mente é uma máquina fantástica e, é magnifico poder escrever coisas que nos fazem sonhar e embalar o coração.
Gratidão meu amigo poeta, por sua visita e comentário.
Tenha uma excelente semana, que seja suave e abençoada por Deus.
Beijo!