Feche Seus Olhos

Fecha os olhos, deixa o mundo dissolver-se
No abraço suave do crepúsculo
Sussurros de sonhos flutuam como névoa
Folhas dançam ao vento, embalando a alma
No silêncio profundo, o coração se abre
Ouvindo o pulsar eterno do universo
Estrelas murmuram segredos
Deslizam nas sombras, como amores perdidos
Convidando-nos a vaguear
Perdidos na noite...
Onde a luz se torna sussurro
E cada batida é um eco do infinito
A brisa carrega memórias
De dias que se foram
De risos que ainda dançam
Como folhas entrelaçadas em sonhos
Os olhos fechados revelam mundos
Onde a imaginação se torna real
Onde o tempo se desdobra
Numa tapeçaria de luz e sombra
Assim, no crepúsculo sereno
Abrimos as portas do desconhecido
Deixamos o coração guiar-nos
Em busca de estrelas que sempre brilharão

Sentindo A Sua Falta

Nas noites calmas, eu te espero

A brisa suave traz teu cheiro
Lá no silêncio, ecoa o encanto
De um amor puro, que não me espanto
Teus olhos, estrelas que iluminaram
Os caminhos frios, que nos trilharam
Em cada sombra, em cada canto
Sentindo a sua falta, eu me planto
No perfume das flores, vejo teu riso
No brilho da lua, meu doce aviso
As horas passam, mas o tempo é lento
E em cada batida, sinto o sentimento
Teus passos dançam em minha memória
Cada lembrança, uma doce história
Mesmo distante, meu coração é abrigo
A saudade é um laço, um eterno amigo
A vida é um quadro, pintado em tons
De cores vibrantes, de amores e sons
Mas sem você, o tom se desfaz
E a melodia é apenas um “só mais”
Então, em meus versos, sussurros de amor
Te busco nas notas, te dou meu calor
Sentindo a sua falta, faço do lamento
Um canto de esperança, um doce momento

Segredos Do Olhar (Que Vem De Dentro)

Vem com coloridas vestes o olhar que vem da Alma...

Filtrado em cores! Pois é ali que suspiramos a cor

Sem lembrar as dores!

Vem suave o olhar da alma por que despe o peso do dia a dia

E transcende os ares! Vem certeiro o olhar da alma

Pois atravessa o alvo...

Despe-nos!

Acalma-nos!

Vem da alma

O sabor da experiência...

Da transcendência!

O olhar compassivo que não julga!

O olhar do verdadeiro amigo...

O abrigo que nos conforta!

Vem humilde! Submisso!

Dissecando tudo!

Dizendo-nos as verdades que embora doam...

Este olhar que às vezes carecemos tanto!

Precisamos resgatar os olhares!

O fundo dos olhos!

Precisamos acreditar no futuro

Olhando-o de frente, sem medo de nos expor...

Mas não esquecendo a candura

Com a intensidade do primeiro dia

Que estendemos nosso olhar ao longe

E pensamos ter visto tudo...

Os olhos! Estas janelas... Portas abertas...

Que batem dentro do peito!

Mensagem decodificada da alma

Que veio passear por ai e nos traz como guia...

OS OLHOS!

(Bugra)

Teus Olhos

Meus olhos também nascem pelo parto da esperança, porque vivo

na imortalidade renascendo em cada dia. 

 O vento trouxe o teu suave e doce aroma
Temperado num mar de mel 

Teu olhar lavou a tristeza e a angústia
Serenou a minha alma
Vendaval dos meus pensamentos acalmou
Deitei em uma branca nuvem
Sorrindo para o universo em flor
Livre de mágoa e dor
Viajo com asas de uma águia
Em uma noite com claridade, enluarada
Para o reino da paz e alegria
Plantando com fervor em terras firmes
Regando com águas de serena calma
Florindo a terra pintada pelo arco íris
Colheitas de flores com pétalas de amor...

Piscar Dos Olhos

Em pouco tempo
Num piscar de olhos conheci você
Conheci a amizade
Conheci o amor
A felicidade chegou
Jamais pensei que pudesse se destroçar
Nesse mesmo piscar de olhos
E em pouco tempo
A amizade, o amor, a felicidade acabou
Então num piscar de olhos
Eu conheci o Adeus
Eu perdi o rumo
Perdi as palavras
Perdi tudo

Perdi o mundo

Ouço Sua Voz

Eu vi seus olhos na janela
Enquanto observo as árvores
Parece que cada folha que cai
Silenciosamente sua voz me chama
Ouço sua voz no vento
A brisa me acaricia
E eu permaneço em silêncio
Fecho meus olhos sinto o seu abraço
Posso ouvir sua voz em meus sonhos
Por alguma razão eu ainda posso te sentir
O doce cheiro de sua fragrância
É difícil fingir que não está lá
Porque está no ar ao meu redor
Como uma névoa invisível
As palavras saem docemente
E pousam em meu ouvido
Minha mente e corpo são acariciados
Por cada palavra que ouço... 

  

Olhos Que Espreitam

Morávamos em uma casa de aluguel.

A proprietária morava com seu filho na casa de cima e nós na casa de baixo... 

Eu era bem menina, mas lembro de algumas coisas que lá acontecia. 

Palmas no hall de entrada na madrugada, e nada havia lá. 

Vultos que saiam da parede e entravam novamente. 

Móvel sendo arrastado na casa da proprietária, isso na madrugada. 

Contava minha mãe que os móveis eram antigos e pesados, e a proprietária já era de certa idade, não teria forças para arrastá-los. Imaginava-se então ser seu filho, mas ficava sempre a pergunta: 

Porque de madrugada? 

Isso acontecia todas as madrugadas... 

Nunca os conheci... 

Tínhamos um quintal onde eu brincava todas as tardes... 

Acima havia uma varanda, ou um lugar para se estender roupa que pertencia à casa de cima e ao lado, acima da nossa cozinha existia uma janela basculante, vidros foscos, acredito que era da cozinha da proprietária. 

Lembro-me de estar brincando e ter olhado para essa janela e me assustado, pois alguém estava me observando. 

Aquela casa era meio sinistra, muitas coisas aconteciam. 

Quase todos os dias minha mãe corria para chamar uma senhorinha para benzer a casa. 

Ali vivemos muitos anos, suportando isso, pois meu pai não tinha condições financeiras para podermos sair dali e parecia às vezes que nada dava certo. 

Depois de 18 anos ali vivendo, meu pai conseguiu comprar uma casa e conseguimos sair e as coisas começaram ir pra frente... 

Só um pequeno resumo da casa que eu vivi quando menina. Não é história de fantasia, nem ficção, é história real. Para mim aquela casa era assombrada, até hoje nem em frente dela passo. 

Confesso que senti medo só de escrever esse pequeno trecho...