15 outubro 2025

Descartável


A beleza dessa dor não está no fim. Está na reconstrução. Porque, um dia, quem sente a exclusão se dá conta de que, ao ser usado, ao ser descartado, de alguma forma, ainda estava se fazendo importante para os outros. Talvez não tivesse sido reconhecido por completo, mas teve a chance de ser quem era, de se doar sem esperar algo em troca. E acredite isso é um dom.
No final, aprende a se valorizar, a perceber que a exclusão de um momento não define sua existência. O tempo sempre traz novas oportunidades. E quem um dia foi descartado, sabe o valor de nunca mais ser uma ferramenta vazia nas mãos de quem só te usa quando precisa.

Usam-me em dias de dor
Como abrigo contra o vento
Mas quando volta o calor
Sou jogado ao esquecimento

Promessas feitas ao escuro
Somem com a luz do dia
E eu, pedaço sem futuro
Viro resto, viro nostalgia

Fui tudo por um instante
Agora sou só silêncio e chão
Mas quem aprende a ser constante
Renasce da própria exclusão

2 comentários:

  1. Minha querida amiga Lúcia,
    O que os outros sabem da nossa dor? Das promessas não cumpridas que parecem barcos perdidos num mar de tormenta. Navegamos em silêncio, muitas vezes acompanhados... E o chão se abre num abismo de desunião.
    A verdade é: o amor só existe se começa dentro de nós primeiro.
    Beijos!!!

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    Respostas
    1. Olá caro Douglas.
      Sim, eu sei.
      Gratidão pela visita e palavras.
      Beijo!

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