Hoje me passou um pequeno filme da minha vida quando menina. Pude ver com nitidez a minha imagem no quintal de casa, rodando o meu pneu velho, fazendo manobras, subindo, descendo rampas, estacionando.
Depois eu sentada no canteiro em formato “L” cavando a terra recolhendo tatuzinhos e colocando dentro de um vidro para depois brincar com eles. Eu achava tão bonitinho eles andando e a um toque eles viravam bolinhas.
Tempos bons, tempo de sonhos, tempo em que um pneu velho e os tatuzinhos eram meus amigos de todas as tardes e começo de noite.
Cresci, conheci o mundo lá fora onde me diziam que existiam amigos (as) foi onde eu me deparei com a decepção. Quis voltar àqueles amigos de minha infância e não pude.
Saudades dos meus amigos, saudades do meu pneu e dos meus tatuzinhos...
Saudade eterna que não volta jamais
Saudade de mim, das tardes eternas
Em que passei junto com vocês
Lembro-me das tardes de sol
Recordo os momentos felizes
De quando estávamos juntos
Recordações eternas
Guardadas em meu peito
Que jamais serão apagadas
Apesar do tempo que não volta
O velho pneu já não existe mais
Os meus tatuzinhos também se foram
Sobrou apenas uma criança
Da qual eu olho e vejo o sorriso
A criança que mora em mim...